Profissão? Garota de programa

Para manter os boletos em dia e realizar sonhos, como fazer uma faculdade e comprar um imóvel, algumas mulheres têm optado por usar o próprio corpo para ganhar dinheiro como garotas de programa ou acompanhantes de luxo.

Essa foi a solução encontrada por Vicky, mulher de 39 anos que, depois que se separou, em 2016, passou a conciliar o trabalho de cabelereira e acompanhante. Ela tem um filho que faz faculdade particular de Direito e com a “renda extra”, que se tornou a principal, consegue pagar as mensalidades do curso, além de já ter comprado um carro zero e um salão de beleza.

Existem vários caminhos para trabalhar nessa área. Um deles é a casa de massagem. É um espaço mais “discreto” e normalmente funciona em horário comercial. O lugar, geralmente, é frequentado por pessoas que querem relaxar e desfrutar de uma boa massagem. Os serviços normalmente incluem: massagem tântrica, tailandesa, prostática, sexo oral, vaginal, dentre outros.

Acompanhante

Ser acompanhante de luxo é o que almeja a maioria das mulheres que trabalham na área. As acompanhantes têm uma série de benefícios, incluindo a seleção de clientes, flexibilidade de horário, cachê diferenciado e não precisa pagar comissões ou taxas. As profissionais que trabalham dessa maneira geralmente atendem em hotéis, motéis, casas e até apartamentos.

Para conseguir os clientes, aquelas que são mais discretas fazem o registro em sites que divulgam anonimamente seus serviços. Outras divulgam em sites de classificados, como o Vivalocal.

Foi isso que fez Kelly, paulista de 29 anos, que, antes da pandemia, trabalhava em uma casa noturna na cidade, mas, com a crise, precisou realizar os programas em local privado e por conta própria. Para ela, a mudança foi uma grande solução. “O lucro agora é todo meu, faço os meus horários de acordo com a minha disponibilidade e tenho total liberdade”, revela satisfeita.

Atualmente, a acompanhante chega a fazer até cinco programas por dia, a R$ 200 a hora, todos os dias da semana, se ela quiser. “Quem escolhe o meu dia de folga sou eu. Muitas vezes trabalho os sete dias da semana feliz”, declara Kelly. Assim como ela, outras colegas de profissão também passaram a anunciar em sites de classificados e se deram bem. “Como eu, outras cinco amigas também seguiram o mesmo caminho e estão financeiramente bem melhor”, conclui.

Kelly ainda ressalta que a mudança de ambiente de trabalho contribuiu para que ela se sentisse mais segura e confortável durante as atividades sexuais. De acordo com ela, a região onde realiza os programas é toda coberta por câmeras de vigilância, tornando o ambiente seguro e protegido tanto para a acompanhante como para os clientes que a visitam.

É importante pensar na segurança nesse mercado. Além de cuidar do espaço que vai receber o cliente, é interessante ter um nome de trabalho, porque a pessoa tem discrição em relação ao nome real. Importante também ter dois celulares ou utilizar um que suporta dois chips. O chip de trabalho pode ser desativado quando precisar. Por último, para quem é mais discreto, melhor não vincular o número de trabalho às redes sociais.

Ser uma acompanhante de luxo não é um mar de rosas. Como em qualquer trabalho, existem altos e baixos e estar nesta área requer organização, paciência, ter um psicológico forte e também saber reconhecer seus limites. É preciso saber lidar com o preconceito de amigos e familiares, problemas com a vida pessoal caso seja descoberta. Então, enquanto essa é a atividade principal, é bom investir uma parte do rendimento em outros projetos.

Trabalhar como garota de programa é crime?

É muito importante saber que ser um acompanhante de luxo ou garota (o) de programa não é crime, pois se trata de uma ‘troca’ voluntária e por conveniência de favores sexuais mediante recompensa financeira. No entanto, agência e / ou participação nos lucros é um crime previsto no artigo 230 do Código Penal, então é bom ficarem atentos sempre.

No caso das boates e bares, onde se realiza a prostituição, os estabelecimentos não prestam ou vendem esse serviço, mas, sim, bebida e comida. Eles alugam quartos para que as garotas de programa possam trabalhar.